quinta-feira, 1 de janeiro de 1970

ARQUITECTURA DA IGREJA E SIMBOLOGIA RELIGIOSA

Arquitectura da Igreja

Tem sete altares, dos quais cinco versus populum O Altar-Mor, de granito polido, é uma linda mesa de 2,50 x 1,30 x 0,30. Os laterais, como as respectivas capelas, são de mármore.
Tem capacidade para duas mil pessoas.
A torre, que mede 47 metros de altura, tem um carrilhão de 9 sinos, pesando o maior 1.500 quilos.
Os anexos são utilizados pelas repartições paroquias, salas de reunião, Centro Social de Assistência, Residência Paroquial, Catequese e Casa Funerária. Tem um Baptistério amplo e uma Capela de Casamentos razoável.

Simbologia Religiosa
Oh! bendita seja a nossa querida Igreja de Santo António das Antas.
Que o Senhor seja louvado porque no-la deu e que Ela continue a ser - cada vez mais - um verdadeiro lar para todos nós.

Lendo o cerimonial da Dedicação duma Igreja facilmente verificamos que são três asideias dominantes:
homenagem a Deus, purificação do templo e consagração dele ao Senhor.
a) Homenagem a Deus, pelo reconhecimento da sua soberania - dele é tudo; tudo nos veio dele; Ele é o Senhor! Pelo reconhecimento e confissão da nossa total dependência Dele; nada somos; nada podemos; nada valemos. Na base de todos os actos litúrgicos está sempre este pensamento. Só daqui se pode partir para a confiança nele. Como intermediários entre Deus e nós invocamos os Santos da Corte celestial. Na primeira parte das cerimónias rezam-se as Ladainhas de Todos os Santos.
b) Purificação do templo que compreende as aspersões do exterior, do interior, do pavimento e do altar; os exorcismos para afugentar os fantasmas e desalojar qualquer resto de presença dos espíritos malignos; e a separaçãodos usos profanos daquilo que vai ser apenas de Deus. As aspersões são feitas com água gregoriana, ou seja, água benzida, com sal, vinho e cinza. O sal dá sabor aos alimentos e é usado no ritual do Baptismo como símbolo do sabor que devemos encontrar nas coisas divinas; Jesus Cristo disse que os seus apóstolos deviam ser o sal da terra.
O vinho alimenta e alegra o coração do homem, e lembra-nos logo o primeiro milagre público, em Caná da Galileia, operado por Jesus Cristo, e lembra o maior milagre de Jesus que o utilizou para ficar connosco, sob a forma de comida e bebida da nossa alma no Sacrifício do Altar. A cinza lembra-nos o nosso nada, e fragilidade e inconstância do homem, a penitência dos Judeus e Ninivitas que também nós devemos imitar. A água lembra-nos logo o dilúvio que sepultou nos seus abismos a maldade dos homens viciados; lembra a libertação do povo de Deus perseguido pelos egípcios que o Mar Vermelho afogou; lembra o baptismo de penitência administrado por João Baptista, no rio Jordão, a quantos vinham a ele e também ao Salvador; e recorda ainda o nosso próprio Baptismo em que somos gerados para a vida Divina e nos tornamos filhos adoptivos de Deus, membros da Igreja e templos da Santíssima Trindade. A ideia inicial destas aspersões foi desalojar do seu poiso o demónio, quando os templos pagãos eram dedicados ao Deus verdadeiro.
c) Consagração a Deus que principia pela tomada de posse, continua pelas unções e termina com a celebração do Santo Sacrifício. O Pontífice toma posse da Igreja escrevendo os alfabetos latino e grego na Cruz de St.º André feita com areia ou cinza na entrada da Igreja. Chama-se Cruz de Santo André à Cruz com os quatro braços iguais, em forma de aspa, ou seja de um instrumento de suplício em forma de x em que foi martirizado o apóstolo Santo André. As unções feitas com o Santo Crisma nas doze cruzes das paredes da Igreja que lembram os doze apóstolos chamados pelo Cordeiro de Deus para continuadores da sua Missão marcam, «crismam», para sempre o templo. Cristo quer mesmo dizer ungido porque o Senhor Jesus é o Ungido o Cristo de Deus.
A Celebração do Sacrifício Eucarístico é a coroa de toda a cerimónia. O Altar, depois de purificado com água gregoriana é ungido também com o Santo Crisma e santificado com o incenso benzido que nele é queimado nas cinco cruzes gravadas na sua mesa. Estes ritos recordam idênticas cerimónias da Antiga Lei. Com efeito Moisés aspergiu sete vezes o altar em que ofereceu ao Senhor sacrifícios de animais; ungiu com o sangue das vítimas oferecidas a Deus, as extremidades do altar e a sua ligação à base; mandou queimar incenso sobre o altar que tinha ungido para aromatizar o ambiente - Êxodo, XXIX, 12.
Jacob, ao dedicar o altar ao Sonhar, espalhou azeite sobre a mesa de pedra -Génesis XXVIII, 18.
A deposição das Santas Relíquias no Altar converte-o em túmulo de Mártires no qual pode celebrar-se a Santa Missa. Essa celebração é o grande acto da Dedicação.
É a imediata utilização do templo que acaba de ser dedicado ao Senhor. Mas quando a Celebração não é só do Bispo ou dum sacerdote apenas, mas de vários, o esplendor, o brilho, a coroa é muito maior. Quanto maior for o número dos Concelebrantes maior é a apoteose ao Senhor a quem nada dá tanta glória como a Santa Missa. A dedicação da Igreja de Santo António das Antas será rematada com a Concelebração de 15 sacerdotes.
Que Deus seja louvado e para sempre bendito!

(Pensamentos de duas homilias preparatórias da Dedicação).

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