sábado, 23 de junho de 2018

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Prof. Joel Cleto na Paróquia das Antas. Incursão histórica.




A Paróquia  das Antas  -  Incursão histórica

No âmbito da comemoração dos 80 anos da Paróquia de Santo António das Antas, no passado dia 14 de Junho, sob o olhar atento da numerosa assembleia desta Igreja, o Sr. Prof. Joel Cleto, Historiador e Arqueólogo, fez uma brilhante preleção sobre a História desta Paróquia, sobretudo, acerca da origem do topónimo “Antas” que são monumentos megalíticos tumulares coletivos, datados desde o fim do V milénio a.C. até ao fim do III milénio a.C., na Europa, e até ao I milénio, no Extremo Oriente. Contudo, segundo o Prof. Joel, para perceber a História da cidade do Porto, é preciso ter em conta a sua localização geográfica e recuar milhares e milhares de anos, à origem de tudo. Assim, devido à localização da Península Ibérica (que engloba Portugal e Espanha), os primeiros seres semelhantes ao homem, o homo sapiens sapiens, chegaram pelo norte de África, através do estreito de Gibraltar, e foram andando e povoando a Europa. Durante a Idade do Gelo, muitos destes seres deslocaram-se do Norte da Europa para o Sul, fugindo do clima frio e seco. Porém, na Península Ibérica, sobretudo na região que hoje é Portugal, foram subindo pela costa, junto ao mar, para fugir às florestas densas e sedentarizaram-se onde existiam condições para viver, como o bom clima, proximidade ao mar e ao rio, para poderem pescar, ou ainda nos terrenos férteis, para cultivar. Junto ao litoral e no interior, a ação dos rios produziu planícies, criando um ambiente favorável ao homem. Em relação à Região Norte, onde o Porto se situa (no noroeste de Portugal, sendo a segunda maior cidade em termos populacionais do país), os povos foram criando raízes graças ao Rio Douro (do latim Durius) e ao mar.
A História do Porto será muito mais antiga do que a de muitas cidades europeias. Segundo o Prof. Joel Cleto, no local das Antas, Porto, terá sido o primeiro lugar da cidade do Porto a ser habitado, há cerca de 5000 anos, dado que terá existido aí uma “necrópole megalítica”. Segundo o prof. Joel Cleto, se quisermos ser rigorosos, a cidade do Porto terá tido origem nas “Antas” Contudo, esta arquitetura megalítica antas, dólmenes ou mamoas, encontra-se, frequentemente, agrupada em espaços relativamente restritos, formando grandes necrópoles, o que indicia a importância coletiva e simbólica desses lugares partilhados por diversos grupos populacionais, durante milhares de anos. Assim, ao ser construída esta arquitetura monumental, de caráter cerimonial, em pedra, criaram-se os primeiros cenários artificiais duradouros que transformaram e marcaram física e simbolicamente o espaço de longa duração. Referimo-nos também, aos menires, eventualmente originários do Neolítico Antigo que distinguem, marcam ou comemoram lugares de importância coletiva, frequentemente situados em locais liminares, presumivelmente com uma multiplicidade de significações a que não será alheia uma cosmologia relacionada com os ciclos astrais, a fertilidade, os mortos e a marcação de territórios de vivência.
 Contudo, o Prof. Joel Cleto referenciou que a criação do Porto, enquanto cidade, remonta ao período romano, ao século VIII a.C. Em várias áreas foram descobertas também ruínas celtas. Esta cidade esteve sob a alçada dos mouros em 711, durante a invasão da Península Ibérica. No ano de 868, chamava-se ‘Cale’ ou ‘Portus Cale’. Com o tempo, a cidade do Porto passou a fazer parte da rota comercial entre Braga e Lisboa. No ano de 1111, D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, que foi o primeiro rei de Portugal, entregou ao bispo D. Hugo o ‘couto do Porto’. Das armas da cidade faz parte a imagem de Nossa Senhora, por isso o Porto é conhecido também como ‘Cidade da Virgem’. A cidade foi crescendo, tornando-se num ponto de ligação obrigatório com o Mediterrâneo, apesar das constantes ocupações francesas e espanholas.
Durante século XIV registou-se um grande aumento de população nesta cidade, ao longo da margem ribeirinha do Douro, devido à importância cada vez maior das atividades comerciais e marítimas. Nessa altura, a povoação começou a estender-se para fora da muralha que delimitava a Sé do Porto, a Cerca Velha. Ainda em meados deste século começou, então, a ser construída a Cerca Nova, que também ficou conhecida como Muralha Fernandina, uma vez que foi iniciada ainda no tempo de D. Afonso IV, mas só ficou concluída no reinado de D. Fernando. Todavia, no  início do século XV, a malha urbana do Porto era fechada pela Muralha Fernandina, resumindo-se a uma rede apertada de ruas, algumas  estreitas e irregulares. Neste século, os estaleiros do Porto foram pioneiros no desenvolvimento naval do país, graças ao Infante D. Henrique, o navegador.
Contudo, é no século XVI que a cidade do Porto inicia uma fase de crescimento urbano e económico. A partir de 1521, e por iniciativa do rei D. Manuel I, começaram a ser abertas as principais ruas da cidade, como a Rua de Santa Catarina das Flores, a atual Rua das Flores. Porém, os dois séculos seguintes, XVII e XVIII foram pautados por uma intensa atividade arquitetónica, tanto religiosa como civil. No campo das obras públicas, constroem-se fontes e chafarizes e surgem edifícios de arte barroca, como o Paço Episcopal, a Igreja e Torre dos Clérigos, o Palácio do Freixo e o Palácio de São João Novo. Ao nível de relações comerciais, em 1703 foi assinado o Tratado de Methween entre Portugal e a Inglaterra e, em 1717 foi criada a primeira feitoria inglesa no Porto. Com a produção do Vinho do Porto praticamente nas mãos de ingleses, o primeiro-ministro de Portugal na altura, o Marquês de Pombal, criou uma empresa portuguesa para deter o monopólio destes vinhos. Foi ele que criou a ‘Região Demarcada do Alto Douro’, a mais antiga do mundo, com o objetivo de controlar a qualidade do vinho e a sua produção.
Já no século XIX, as fábricas e as oficinas começam a proliferar e assiste-se a uma revolução das infraestruturas de circulação. Sucedem-se a construção de pontes sobre o Rio Douro. Novos arruamentos são feitos, começam a fixar-se as sedes de empresas e de bancos e as famílias começam a procurar habitações mais perto do centro.  Contudo,  é no século XX, que nesta cidade e, enquanto capital de distrito e sede de município, que se encontram as sedes dos maiores grupos económicos do país em diversos sectores, como bancário, farmacêutico.
Neste contexto, na década de 30 do século XX ,segundo Pe Nuno Miguel Carvalho Vieira, autor do livro, “O Abade das Antas”, nasce a necessidade de criar a Paróquia das Antas. Contudo, a história da Comunidade de Santo António das Antas não teve início com a criação da Paróquia, mas foi quando um grupo de moradores, devido ao desenvolvimento e consequente aumento da população desta zona da cidade, sonhou com ela. Para isso, era necessária a existência de um espaço adequado e digno para as celebrações litúrgicas. Pediram então, em 13 de Junho de 1935, autorização ao bispo da Diocese para edificarem uma igreja dedicada a Santo António. Um ano depois foi benzida a primeira pedra dessa ambicionada igreja. No dia 13 de Junho de 1938, estando já construída a Cripta, com condições para provisoriamente se proceder ao culto paroquial, D. António Augusto de Castro Meireles, cria, por decreto episcopal, a Paróquia de Santo António das Antas. Algum tempo depois para desgosto dos paroquianos, as obras da igreja foram interrompidas por imposição camarária. Ultrapassadas as dificuldades, surgiu a possibilidade da sua construção na extremidade da “ampla e nova avenida dos combatentes” No dia 13 de Junho de 1948, D. Agostinho de Jesus e Sousa benze a primeira pedra da nova Igreja. Foi a primeira vez que presidiu a uma cerimónia assim, referindo: “na minha longa vida de bispo nunca benzi a primeira pedra duma Igreja, Lamego é diocese pobre, não faz igrejas”.
Segundo o Sr. Prof. Doutor Ribeiro da Silva, ilustre Historiador, no seu  prefácio ao livro “O Abade das Antas” refere: “A paróquia das Antas , com a sua Igreja singular, mesmo não sendo freguesia civil, é hoje parte essencial da cidade do Porto. Tudo isto no decorrer do tempo da vida do Pe Carvalho de Sousa que se converteu num ator protagonista de todo o desenvolvimento operado, não só na organização religiosa desta parte da cidade, mas da organização global do espaço urbano.
Pode dizer-se que a comunidade se estruturou à volta da Igreja e da paróquia. O que não é novo na História, visto que noutros tempos recuados assim sucedia. Neste livro é reconstituída a história da Paróquia desde as suas origens. Desde a sua pré-história, ou seja desde o surgir da ideia e desde os primeiros passos que foram dados até que a paróquia foi constituída e institucionalizada conforme as regras do direito.

 Oitenta anos de Paróquia é motivo de Júbilo e de Festa para todos!






quarta-feira, 13 de junho de 2018

80 Anos Cheios de Vida.

A celebração dos 80 anos de vida da Paróquia foi preparada intensamente por inúmeros paroquianos até ao ansiado dia de Santo António.
Ensaios do coro para a Missa Solene, a pintura de um mural comemorativo, a preparação do arraial de Santo António, a decoração do Centro Social, permitiu aproximar as pessoas, promovendo o verdadeiro espírito de entreajuda e amor fraterno
Um bem-haja a todos os que participaram.
Sente-se o pulsar do coração da Paróquia!

Os Crismados



A Preparação do recinto e exterior para a Festa






















Eucasitia dos 80 anos da Paróquia Santo António das Antas
















Jantar de 80 Anos da Paróquia Santo António das Antas