sábado, 27 de fevereiro de 2021

Liturgias Familiares 2.º Domingo: As nossas raízes

 2.º Domingo: As nossas raízes

O 2.º Domingo da Quaresma apresenta-nos, na 1.ª leitura, a cena do sacrifício de Isaac que, na verdade, é o sacrifício do nosso patriarca Abraão, nosso pai na fé. A promessa da descendência a Abraão, no qual são abençoadas todas as nações da Terra, permite-nos lançar um olhar sobre os nossos ascendentes, sobre os nossos maiores, sobre as nossas raízes familiares e mesmo sobre os que nos precederam na fé e no-la transmitiram.
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Liturgias Familiares + Oração em Família - https://bit.ly/3aqMalJ

2º domingo da Quaresma – 28/02/2021

A família pode reunir-se à volta da mesa, antes da refeição, ou junto do cantinho da oração.
Cântico – “Caminharei na terra dos vivos na presença do Senhor” Pode cantar-se outro cântico conhecido pela família, próprio desta quadra (ou que tenha por tema a família e a sua unidade).
Em alternativa, um dos membros da família poderá declamar o hino que se segue que poderá também ser recitado por todos os presentes, divididos em dois grupos, alternando as estrofes:
Sobe Cristo ao Tabor, Com Pedro, com Tiago e com João E entra na alegria e no esplendor Da Transfiguração.
Seu rosto se ilumina E fala com Moisés e com Elias. Renovam-se na sua luz divina A lei e as profecias.
Tudo é glória no céu. Nunca se viu mais refulgente brilho. “Eis o meu Bem-Amado – disse Deus – Escutai o meu Filho”.
Suspenso da visão, Que torna Deus presente à vida humana, Exulte o amor de cada coração: Louvor a Vós! Hossana!
Durante o canto ou o hino, o elemento mais novo da família, se já for capaz, acende uma vela. Em seguida, todos fazem o sinal da cruz enquanto o/a Guia diz: Introdução G. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. R. Amen. G. Celebrastes connosco, Senhor, uma aliança eterna. R. Renovamos, hoje, o nosso sim!

Invocação
(recitada alternadamente pela família, dividida em 2 grupos)

A Se Deus está por nós, quem estará contra nós?
B Como não havia Deus de nos dar, com Jesus, todas as coisas?
A Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor.
B Bendito sejais para sempre.


Evangelho
G. * Escutemos o santo Evangelho de nosso Jesus Cristo segundo Marcos (9, 2.4-7) Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles. Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados. Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».

Palavra da Salvação.

R. Glória a Vós, Senhor!

Reflexão (facultativa) Os filhos perguntam e os pais respondem.

– Porque terá Jesus subido a um alto monte?
Foi num monte que Deus aceitou o sacrifício de Abraão e Isaac, salvando o filho da promessa e futuro da Aliança; no monte Sinai foi celebrada a aliança com o seu Povo libertado do Egito; a esse monte regressou Elias, para revalidar essa Aliança…

– E que significa a nuvem?
A nuvem, que nos envolve e não se deixa agarrar, indica a presença de Deus, próximo e transcendente: era na nuvem que Deus manifestava a sua presença, quando conduzia o seu Povo através do deserto.

– Que representam Moisés e Elias?
Moisés e Elias, depois de uma quaresma rigorosa, experimentaram a proximidade de Deus que deu a Lei ao seu povo (Moisés) e revalidou a Aliança esquecida (Elias). Na Transfiguração eles puderam, finalmente, contemplar o rosto de Deus na face transfigurada do seu filho muito amado, Jesus.

– Qual é a principal mensagem deste texto?
A mensagem fundamental é que Jesus é o Filho amado de Deus, a quem devemos escutar e seguir para participarmos do seu triunfo pascal.


Responsório Breve

G. Vós aproximastes-vos de Jesus, Mediador da Nova Aliança.
R. Não recuseis ouvir Aquele que vos fala.
G. Quem dera ouvísseis hoje a sua voz: Não endureçais os vossos corações.
R. Não recuseis ouvir Aquele que vos fala.
G. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!
R. Não recuseis ouvir Aquele que vos fala.


Louvor e gratidão
(um membro da família lê a primeira parte e todos respondem):

Porque nos deste a Lei e os Profetas para guiar o Teu povo
– nós Te louvamos, Senhor.

Porque enviaste o teu Filho muito amado como nova e eterna Aliança
– nós Te louvamos, Senhor.

Porque somos uma família que vive e transmite a fé de geração em geração
– nós Te louvamos, Senhor.
G. Porque somos filhos muito amados, rezemos ao Pai, por Cristo, no Espírito:
Pai Nosso...
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Atividade
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1. Retirar da arca o papiro que revela o tesouro que vamos valorizar ao longo da semana: as nossas raízes.

2. Renovar o compromisso de viver a fé em família e de a transmitir de geração em geração.

3. Ver num álbum familiar fotografias dos avós (bisavós, etc.) que nos transmitiram, com a vida, a herança preciosa da fé. Ver quem se parece com quem. Deixar esse álbum no cantinho da oração.

4. Para os mais jovens: fazer a árvore genealógica da família (com fotos, cópias de registos de nascimento e matrimónio…), abrangendo várias gerações.

5. Colocar, junto da cruz, uma imagem (ícone) da Transfiguração de Jesus.
********
Bênção
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Se a oração se faz antes da refeição, pode terminar com esta Bênção:
G. Bendito sejas, ó Pai, que nos abençoas com esta refeição que vamos partilhar.
Que ela seja para nós sinal de aliança contigo e da unidade da nossa família. Torna-nos cada vez mais atentos uns aos outros e a todos os irmãos.

Todos fazem o sinal da cruz, enquanto o/a Guia conclui:
G. Em nome do Pai…


Se a oração se faz noutros momentos, pode terminar com esta Bênção, dita pelo(a) Guia, enquanto todos se benzem fazendo o sinal da cruz:
G. O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Amen.

Louvavelmente, os pais abençoarão os filhos impondo a mão direita sobre as suas cabeças ou com outro gesto, segundo o costume. Os filhos, agradecidos, poderão beijar a mão de quem os abençoa.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

 Reflexão 2 | 26 de fevereiro 21h30

D. Pio Alves de Sousa, Bispo Auxiliar do Porto






"Reflexões Quaresmais 2021" 2ª Reflexão

26 Fevereiro 2021

D. Pio Alves de Sousa, Bispo Auxiliar do Porto

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa 2023

 O organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa 2023 apresentou dia 27 de janeiro de 2021, o hino oficial da edição internacional deste evento, promovido pela Igreja Católica.

Todos os dias 23 de cada mês, o Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese do Porto tem uma atividade que marca o caminho até à Jornada Mundial da Juventude #Lisboa2023.



Dinâmica Quaresma e Liturgia Familiar



1º Domingo da Quaresma
(Diocese do Porto – Todos juntos na Arca da Aliança)

Pode cantar-se um cântico próprio desta quadra (ou que tenha por tema a família e a sua unidade), à escolha de cada família. O elemento mais novo da família, se já for capaz, acende uma vela.

Em seguida, todos fazem o sinal da cruz enquanto o/a Guia diz:

Introdução
G. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
R. Amen.
G. Celebrastes connosco, Senhor, uma aliança eterna.
R. Renovamos, hoje, o nosso sim!

Invocação
Sugerimos a recitação alternada, entre os membros da família (por ex., de cada lado
da mesa; pais e filhos, etc.)

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Orientai os humildes na justiça
e dai-lhes a conhecer a vossa aliança.

G Escutemos agora a Leitura do Livro do Génesis (Gn 9,8-15).
Deus disse a Noé e a seus filhos: «Estabelecerei a minha aliança convosco, com a vossa descendência e com todos os seres vivos que vos acompanham: as aves, os animais domésticos, os animais selvagens que estão convosco, todos quantos saíram da arca e agora vivem na terra.

Palavra do Senhor.


Reflexão

Onde for possível, os filhos perguntam e os pais respondem.
– A que acontecimento bíblico se refere este texto?
O texto refere-se ao final do dilúvio do qual só se salvou a família de Noé, «confinada» numa arca que foi a sua casa durante 40 dias. (Pode contar a história…)
– Com quem e porquê Deus estabeleceu uma aliança?
Deus celebrou a aliança com toda a humanidade e com toda a criação. Uma aliança de paz simbolizada no arco-íris. Uma aliança que recorda o amor de Deus e convida o ser humano a acolher esse amor e a participar no Seu projeto: a recriação de uma «Nova Humanidade» enraizada n’Ele, onde reine o amor, a justiça, a vida em plenitude…
– Que representa a arca?
A arca permite à família de Noé «ficar de fora do modelo de vida violento e irresponsável dos seus contemporâneos».
– Que significado têm para a nossa família essa Arca e essa antiga Aliança, nestes tempos difíceis de confinamento?
Dialogar… (Como acolhemos o amor de Deus na nossa casa – a nossa «Arca» –, onde estamos de quarentena e nos abrigamos dos perigos de contágio da pandemia? Como participamos no Seu projeto? Como queremos viver esta outra «quarentena» que é a Quaresma?)
LOUVOR e GRATIDÃO
Cada membro da família é convidado a dirigir a Deus um louvor, um agradecimento pelo Seu amor e pela Sua presença, pela beleza e riqueza do universo, pela vida da família… Após duas expressões de gratidão todos respondem:
Pai, obrigado pelo vosso amor para connosco.
– Pai, obrigado por…

Preces, Súplica

Cada membro da família é convidado a dirigir a Deus uma súplica recordando as necessidades da Igreja, dos seres humanos, do planeta, da família… Após duas expressões de súplica todos respondem:
Pai, abençoai-nos e orientai o nosso coração e as nossas ações.
– Pai, pedimos por…
G. Porque desejamos acolher o Deus que nos liberta e nos preparar para a Celebração da Páscoa, rezemos:
Pai Nosso…

Atividade

1. Preparar o cantinho da oração. Fazer e colocar lá uma arca e uma cruz. Dentro da arca, os papiros (rolos).
2. Construir uma arca e, neste primeiro domingo, retirar um papiro que revela o tesouro que vamos valorizar, especialmente (a nossa casa), ao longo da semana.
3. Escolher um objeto que simbolize o tesouro da semana e colocá-lo junto da arca, no cantinho da oração (propõe-se colocar um globo ou um vaso com sementes).

Bênção

Se a oração se faz antes da refeição, pode terminar com esta Bênção
G. Nós vos agradecemos, ó Pai, estes alimentos que amorosamente nos concedeis, fruto da natureza e do trabalho humano. Que eles nos deem forças para sermos fiéis à vossa aliança e construtores de um mundo novo. Abençoai-nos e protegeinos, ó Pai. Por Cristo, nosso Senhor.
R. Amen.
Todos fazem o sinal da cruz, enquanto o/a Guia conclui:
G. Em nome do Pai…
Se a oração se faz noutros momentos, pode terminar com esta Bênção, dita pelo(a) Guia, enquanto todos se benzem fazendo o sinal da cruz:
G. O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Amen.

Louvavelmente, os pais abençoarão os filhos impondo a mão direita sobre as suas cabeças ou com outro gesto, segundo o costume.

Os filhos, agradecidos, poderão beijar a mão de quem os abençoa.

REFLEXÕES QUARESMAIS

Sendo os bispos os primeiros responsáveis pela fé, este ano, eu mesmo e os senhores bispos auxiliares, vamos orientar pequenas reflexões ao longo de toda a quaresma.
Será às sextas-feiras, dia que especialmente nos lembra a morte do Senhor, às 21h30. Será a jeito de uma conversa de família e não no sentido das tradicionais “conferências”.

Serão transmitidas pelas redes sociais da Diocese.

Convido todos os cristãos diocesanos a unirmo-nos nesta formação da fé.

(D. Manuel Linda)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

"Reflexões Quaresmais 2021" 1ª Reflexão

19 de fevereiro 2021

D. Manuel Linda, Bispo do Porto

 Link para 1ª Reflexão 



“Reflexões Quaresmais” online



 Link para 1ª Reflexão 19 de fevereiro 2021 D. Manuel Linda, Bispo do Porto



O Bispo do Porto e Bispos auxiliares vão fazer “Reflexões Quaresmais” online todas as sextas-feiras da Quaresma, a começar já amanhã, às 21h30.

Todas estas “Reflexões Quaresmais” são transmitidas através do facebook e do youtube da diocese do Porto.
«Sendo os bispos os primeiros responsáveis pela fé, este ano, eu mesmo e os senhores bispos auxiliares, vamos orientar pequenas reflexões ao longo de toda a quaresma.
Será às sextas-feiras, dia que especialmente nos lembra a morte do Senhor, às 21h30.
Será a jeito de uma conversa de família e não no sentido das tradicionais “conferências”. Serão transmitidas pelas redes sociais da Diocese (Youtube / Facebook).Convido todos os cristãos diocesanos a unirmo-nos nesta formação da fé.(D. Manuel Linda)»

 Link para 2ª Reflexão 26 Fevereiro 2021 D. Pio Alves de Sousa, Bispo Auxiliar do Porto



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Lema para a caminhada quaresmal deste ano: "Todos juntos na arca da Aliança"

 

DIOCESE DO PORTO | CAMINHADA DA QUARESMA À PÁSCOA DE 2021
TODOS FAMÍLIA, TODOS IRMÃOS:
TODOS JUNTOS NA ARCA DA ALIANÇA
A nossa Diocese do Porto deseja percorrer, em família e com as famílias, este caminho para a Páscoa de 2021. Com as restrições da pandemia, é sobretudo na casa de cada família que o
queremos fazer. Se o fizermos todos juntos, sentiremos como cada comunidade cristã, apesar da dispersão, não deixará de viver e de crescer como uma verdadeira família de famílias.
Convidamos, pois, cada família a tornar-se verdadeira e pequenina igreja doméstica, lugar onde pais e filhos, netos e avós, crianças e jovens, adultos e idosos, todos juntos, se sentem todos importantes, todos a cuidar de todos, todos unidos em oração, por uma Aliança de amor divino, que nos abarca e abraça a todos. O que nos é sugerido, na prática, para esta caminhada?
É muito simples. Tomemos nota, por favor:
1. Vamos criar em nossa casa um cantinho de oração. Em cada domingo (ou noutro dia da semana) ser-nos-á proposto um tempo de oração, para uma Liturgia Familiar e para a bênção da mesa. No site da Diocese encontraremos os recursos.
2. Coloquemos lá, no cantinho de oração, e para começar, além da Cruz, uma arca: esta lembra-nos a arca da Aliança, que podemos, desde já, começar a construir, aproveitando materiais variados (caixas de vinho, caixas de sapatos, guarda-joias e outros materiais
reciclados ou reutilizados, etc.).
3. Dentro da arca, colocamos, desde o início, nove papiros (rolinhos de papel), onde estão inscritos os tesouros de cada Domingo da Quaresma e de cada um dos dias do Tríduo Pascal.
4. Em cada domingo (ou noutro dia da semana) e nos dias do Tríduo Pascal, deverá retirar-se da arca o respetivo papiro. Em família, escolheremos um objeto associado ao tesouro da
semana e colocá-lo-emos junto da arca, no cantinho da oração. Apresentamos algumas sugestões como exemplo e estímulo.
5. Além da oração e de algum gesto simbólico, para cada semana ou dia do Tríduo Pascal são propostas algumas atitudes concretas que nos ajudem a viver todos juntos em Aliança.
6. Desde a Quarta-Feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma, podemos elaborar um plano de privação de bens (de jejum e abstinência), cuja poupança reverta para alguma boa obra
(social, cultural ou espiritual) ou para o contributo penitencial proposto pela nossa Diocese do Porto.
7. Enquanto não for possível participar presencialmente na Eucaristia, podemos e devemos santificar sempre o domingo, com algum momento de oração, de celebração da liturgia familiar, de realização de obras de caridade. Podemos também acompanhar a transmissão da celebração da Eucaristia, pela TV ou pelas redes sociais. Também pelas redes sociais da nossa Diocese, das suas paróquias, dos seus jornais e instituições, iremos partilhando materiais e registos das iniciativas a realizar ou já vividas.
O mais importante é caminharmos juntos, em direção à Páscoa, para que a nossa Aliança com Deus se renove a partir de um coração novo, de uma vida nova, de famílias novas, que são a
esperança de um mundo renovado.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

O PORTO É LINDO DE MORRER

 Igreja Paroquial Santo Antônio das Antas, Porto, Portugal. Estilo clássico. Pedra fundamental data de 13 de junho de 1948.



A 13 de Junho de 1938, na nossa “mui nobre e leal cidade do Porto”, por decreto episcopal de D. António Augusto de Castro Meireles, era criada a Paróquia de Santo António das Antas, cujo primeiro Pároco foi o Padre Crispim Gomes Leite.
Três anos mais tarde, o saudoso Padre Joaquim Teixeira Carvalho de Sousa foi nomeado Pároco desta Paróquia, ministério que exerceu até à data do seu falecimento, em 22 de Dezembro de 2003. Por orientação sua, foi erigida a actual Igreja de Santo António das Antas, obra que se iniciou com a bênção da primeira pedra em 13 de Junho de 1948. Seis anos mais tarde, quando a Igreja ainda “sem frontaria, paredes nuas e descarnadas, sem torre, sem residência paroquial, com portas e soalho de pinho, com altares velhos, com o coro tapado por tijolo” foi benzida e nela se iniciou o culto paroquial, o então Abade das Antas apelava à boa-vontade dos paroquianos, para concluir as obras em falta: “Quero deixar aqui o meu agradecimento a quantos levantaram esta obra, e fazer votos para que dentro de breve tempo não haja nenhum paroquiano que não tenha na sua Igreja Paroquial sangue do que lhe gira nas veias...”
Depois que o Cónego Joaquim partiu para a Casa do Pai, foi nomeado nosso Pároco, por D. Armindo Lopes Coelho, o Padre António José Rodrigues Bacelar. Foi ele o impulsionador das Obras de Reformulação realizadas em diversos espaços da Igreja, nomeadamente, nas Capelas Mortuárias, na Sacristia, na Secretaria e outros locais de apoio ao culto, recentemente concluídas. No entanto, os elevados custos associados a esta intervenção, que a todos veio beneficiar, só poderão ser pagos, uma vez mais, com a generosidade dos paroquianos, especialmente inspirados à partilha, nesta quadra, pela graça de Santo António.
A Paróquia não se limita a ser uma delimitação geográfica, é antes um espaço de relação entre os cristãos que a formam, e que se sentem unidos, acima de tudo, pelo amor a Cristo.
Cristo quer que nos amemos uns aos outros, como Ele nos ama e como ama a Sua Igreja. Por isso, convida-nos a participar na Santa Missa, a oração por excelência, que alimenta e renova a Fé de todos, manifestada em cada um segundo os seus próprios dons.
Na nossa Igreja das Antas, celebra-se diariamente a Eucaristia, que é o coração da Igreja viva e fonte de evangelização cristã.
Agradecemos a Deus por esta Igreja de pedras onde nós, Igreja de homens, nos reunimos para Lhe falar e para O receber. E para o fazer, repetimos as palavras do Pároco que, há sessenta anos, mandou edificar este Templo:
“Oh! bendita seja a nossa querida Igreja de Santo António das Antas.
Que o Senhor seja louvado, porque no-la deu e que Ela continue a ser - cada vez mais - um verdadeiro lar para todos nós.”

sábado, 13 de fevereiro de 2021

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO


PARA A QUARESMA DE 2021

«Vamos subir a Jerusalém...» (Mt 20, 18).
Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade.
Queridos irmãos e irmãs!
Jesus, ao anunciar aos discípulos a sua paixão, morte e ressurreição como cumprimento da vontade do Pai, desvenda-lhes o sentido profundo da sua missão e convida-os a associarem-se à mesma pela salvação do mundo.
Ao percorrer o caminho quaresmal que nos conduz às celebrações pascais, recordamos Aquele que «Se rebaixou a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz» (Flp 2, 8). Neste tempo de conversão, renovamos a nossa fé, obtemos a «água viva» da esperança e recebemos com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo. Na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo.
O jejum, a oração e a esmola – tal como são apresentados por Jesus na sua pregação (cf. Mt 6, 1-18) – são as condições para a nossa conversão e sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa.
1. A fé chama-nos a acolher a Verdade e a tornar-nos suas testemunhas diante de Deus e de todos os nossos irmãos e irmãs
Neste tempo de Quaresma, acolher e viver a Verdade manifestada em Cristo significa, antes de mais, deixar-nos alcançar pela Palavra de Deus, que nos é transmitida de geração em geração pela Igreja. Esta Verdade não é uma construção do intelecto, reservada a poucas mentes seletas, superiores ou ilustres, mas é uma mensagem que recebemos e podemos compreender graças à inteligência do coração, aberto à grandeza de Deus, que nos ama ainda antes de nós próprios tomarmos consciência disso. Esta Verdade é o próprio Cristo, que, assumindo completamente a nossa humanidade, Se fez Caminho – exigente, mas aberto a todos – que conduz à plenitude da Vida.
O jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n'Ele encontram plena realização. Ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre com os pobres e «acumula» a riqueza do amor recebido e partilhado. O jejum, assim entendido e praticado, ajuda a amar a Deus e ao próximo, pois, como ensina São Tomás de Aquino, o amor é um movimento que centra a minha atenção no outro, considerando-o como um só comigo mesmo [cf. Enc. Fratelli tutti 😊 FT), 93].
A Quaresma é um tempo para acreditar, ou seja, para receber a Deus na nossa vida permitindo-Lhe «fazer morada» em nós (cf. Jo 14, 23). Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14): o Filho de Deus Salvador.
2. A esperança como «água viva», que nos permite continuar o nosso caminho
A samaritana, a quem Jesus pedira de beber junto do poço, não entende quando Ele lhe diz que poderia oferecer-lhe uma «água viva» (cf. Jo 4, 10-12); e, naturalmente, a primeira coisa que lhe vem ao pensamento é a água material, ao passo que Jesus pensava no Espírito Santo, que Ele dará em abundância no Mistério Pascal e que infunde em nós a esperança que não desilude. Já quando preanuncia a sua paixão e morte, Jesus abre à esperança dizendo que «ressuscitará ao terceiro dia» (Mt 20, 19). Jesus fala-nos do futuro aberto de par em par pela misericórdia do Pai. Esperar com Ele e graças a Ele significa acreditar que, a última palavra na história, não a têm os nossos erros, as nossas violências e injustiças, nem o pecado que crucifica o Amor; significa obter do seu Coração aberto o perdão do Pai.
No contexto de preocupação em que vivemos atualmente onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia parecer uma provocação. O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência (cf. Enc. Laudato si’, 32-33.43-44). É ter esperança naquela reconciliação a que nos exorta apaixonadamente São Paulo: «Reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20). Recebendo o perdão no Sacramento que está no centro do nosso processo de conversão, tornamo-nos, por nossa vez, propagadores do perdão: tendo-o recebido nós próprios, podemos oferecê-lo através da capacidade de viver um diálogo solícito e adotando um comportamento que conforta quem está ferido. O perdão de Deus, através também das nossas palavras e gestos, possibilita viver uma Páscoa de fraternidade.
Na Quaresma, estejamos mais atentos a «dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam» (FT, 223). Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença» (FT, 224).
No recolhimento e oração silenciosa, a esperança é-nos dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar (cf. Mt 6, 6) e encontrar, no segredo, o Pai da ternura.
Viver uma Quaresma com esperança significa sentir que, em Jesus Cristo, somos testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas (cf. Ap 21, 1-6), «sempre dispostos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça» (1 Ped 3, 15): a razão é Cristo, que dá a sua vida na cruz e Deus ressuscita ao terceiro dia.
3. A caridade, vivida seguindo as pegadas de Cristo na atenção e compaixão por cada pessoa, é a mais alta expressão da nossa fé e da nossa esperança
A caridade alegra-se ao ver o outro crescer; e de igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado... A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão.
«A partir do “amor social”, é possível avançar para uma civilização do amor a que todos nos podemos sentir chamados. Com o seu dinamismo universal, a caridade pode construir um mundo novo, porque não é um sentimento estéril, mas o modo melhor de alcançar vias eficazes de desenvolvimento para todos» (FT, 183).
A caridade é dom, que dá sentido à nossa vida e graças ao qual consideramos quem se encontra na privação como membro da nossa própria família, um amigo, um irmão. O pouco, se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade. Aconteceu assim com a farinha e o azeite da viúva de Sarepta, que oferece ao profeta Elias o bocado de pão que tinha (cf. 1 Rs 17, 7-16), e com os pães que Jesus abençoa, parte e dá aos discípulos para que os distribuam à multidão (cf. Mc 6, 30-44). O mesmo sucede com a nossa esmola, seja ela pequena ou grande, oferecida com alegria e simplicidade.
Viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19. Neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro, lembrando-nos da palavra que Deus dera ao seu Servo – «não temas, porque Eu te resgatei» (Is 43, 1) –, ofereçamos, juntamente com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho.
«Só com um olhar cujo horizonte esteja transformado pela caridade, levando-nos a perceber a dignidade do outro, é que os pobres são reconhecidos e apreciados na sua dignidade imensa, respeitados no seu estilo próprio e cultura e, por conseguinte, verdadeiramente integrados na sociedade» (FT, 187).
Queridos irmãos e irmãs, cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai.
Que Maria, Mãe do Salvador, fiel aos pés da cruz e no coração da Igreja, nos ampare com a sua solícita presença, e a bênção do Ressuscitado nos acompanhe no caminho rumo à luz pascal.
Roma, em São João de Latrão, na Memória de São Martinho de Tours, 11 de novembro de 2020.
Francisco