quinta-feira, 2 de abril de 2015

Triduo Pascal


Tlim, tlão! Tlim, tlão! Tocam os  sinos… É Domingo de Páscoa!
Já as cruzes calcorrearam caminhos levando consigo a notícia aos pobres e aos desamparados”O Senhor está vivo e ressuscitado. Aleluia”.
Abriram-se portas que “verdes” assinalaram, Jesus entrou nas casas mais e menos afortunadas, foi convidado a fazer-se companhia dos tristes e sofredores e nem a cor das pétalas derramadas foi mais forte que a alegria do evangelho que depois saiu porta fora acompanhada do chilreio dos pequenos e grandes mensageiros que desembocaram na Igreja Paroquial à Celebração da Páscoa do Senhor!

Sempre me sensibilizou a comoção com que as pessoas, na sua maioria mulheres recebem a cruz de Jesus, por vezes envergonhadas pelos homens ou jovens estarem menos presentes; como os pequeninos olham desconfiados para um Cristo pregado na cruz, quando todos lhes dizem que o devem venerar e beijar, e lhes dizem que afinal, afinal está vivo e ressuscitado apesar dos seus lábios sentirem o corpo frio e metálico de um crucifixo…que mistério é este? Muitos querem tanto receber que se antecipam ao compasso para “que não fique esquecida a sua casa”, “que não ouviram as campainhas”, “que não costumam estar”, mas este ano não hesitam em ficar - ano difícil mesmo? – “que não vão à Igreja mas querem muito receber o Senhor e que a água benta lhes livre a casa da má sorte, da doença e do sofrimento que lá entrou”. Como era costume…querem dar do que é seu, mesmo que sejam amêndoas ou dinheiro que dizemos não poder receber, que é para dar na Igreja quando lá forem…
Tlim, tlão! Tlim, tlão! Tocam os  sinos… É Domingo de Páscoa!



Sábado Santo - Vigília Pascal

A Vigília Pascal corta o silêncio e o jejum do dia da expetativa da Ressurreição. A Igreja acolhe-nos na penumbra que antecede a liturgia da luz, mas se pensávamos que a luz tinha chegado, desenganamo-nos, pois continuamos a sentir o peso da escuridão durante toda a História da Salvação, em que a palavra proclamada é entrecruzada pelo canto dos Salmos, até que Ele vem e, finalmente, se canta Glória e ressoam os badalos das campainhas por todo o povo. S.Paulo focaliza-nos na economia da Redenção,somos batizados na morte e na ressurreição de Cristo…E as mulheres vão ao sepulcro com bálsamos e perfumes e um jovem lhes diz que vão dizer aos discípulos que Jesus não está morto mas ressuscitou! Segue-se a liturgia da água e invocamos a todos os santos para que roguem por nós e a Cristo para ter piedade e nos atender. Professamos a nossa Fé de vela acesa e chegamos à liturgia eucarística, expoente máximo e razão de ser da nossa fé. E o cordeiro imolado é Jesus Cristo Senhor.Aleluia! Reconfortamo-nos à mesa da eucaristia e, após uma breve ação de graças, partimos para dizer a toda a gente que o Senhor ressuscitou.


Sexta-Feira Santa - Paixão do Senhor

Foi a tarde da Paixão do Senhor e de todos nós…quantas vezes ajoelhámos em sinal de respeito e veneração… e aquela Oração, para além de ser universal, parecia também eterna…onde nada nem ninguém foi esquecido (nem os nossos joelhos…), ai de nós! A narração da Paixão foi estrategicamente intercalada por Cânticos oportunos Por nosso amor morreu o senhor… recomendou dar a vida em sinal de amor… que foi o que Ele fez!

À noite, a Via-sacra surpreendeu as ruas e os transeuntes, desde “As Escravas…” até à Igreja, passando pela alameda Eça de Queirós e a praça Velasquez. Dos prédios, poucos desceram mas foram muitos os que encheram a Igreja na última estação (14.ª Estação), depois de inúmeros elementos (novos e velhos, leigos e religiosas) dos diversos grupos paroquiais proclamarem excertos dos evangelhos, dos salmos e o diácono jovem protagonizar uma via sacra na perspetiva do Cristo sofredor…Não foi uma via sacra de Cristo mas uma via sacra com Cristo…


Quinta-Feira Santa - Ceia do Senhor
De manhã, na Sé, o nosso Bispo congregou junto de si os sacerdotes da Diocese na renovação dos seus votos e, ao entardecer, os fregueses das Antas vieram à Ceia do Senhor e ao lava-pés em comunidade paroquial…Como já tem sido hábito, há algum tempo a esta parte, ao lava-pés de alguns segue-se o lava mãos de todos com uma mobilização sem precedentes de leigos “servidores” do jarro da água, da toalha e do limpar das mãos, a medo como que a pedir licença para lavar das mãos toda a sujidade do mundo…Por fim, acompanhamos o Senhor à sua morada por um dia, como que sepulcro caseiro, na capela dos casamentos e foi tanta a euforia dos paroquianos à saída que quase esqueciam o recato devido ao Santíssimo, ainda que oculto por amor. A oração de laudes encheu as manhãs de Sexta-feira e de Sábado, esvaziadas de cerebrações eucarísticas, apanhando os distraídos destas andanças.






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