terça-feira, 11 de março de 2014

“Uma cidade das pessoas para as pessoas”

TERTÚLIA 11 de março
Uma cidade das pessoas para as pessoas
Dr. Rui Moreira, Presidente da Câmara do Porto



No passado dia 11 de março (terça-feira), os 150 lugares sentados do auditório do Centro Social das Antas não foram suficientes para acolher todos os que compareceram para um momento de Tertúlia com o presidente da Câmara  Municipal do Porto, Dr. Rui Moreira, a propósito do tema “A cidade das pessoas para as pessoas”.


Evocando a obra-prima do filósofo do Iluminismo Jean-Jacques Rousseau, O Contrato Social, o presidente da Câmara caracterizou, num primeiro momento, o Porto do passado - no qual as pessoas se entreajudavam, num modelo de cidade-colmeia - em contraste com o Porto atual, uma cidade em que a solidariedade entre os cidadãos se foi desvanecendo, substituída pela ideia utópica do Estado Social, o qual se responsabilizaria por responder às necessidades de todos, inclusive amparar os mais desprotegidos nas suas dificuldades.

Depois de mencionar alguns dos atuais problemas sérios do Porto, como o decréscimo populacional, o envelhecimento geracional, o desemprego - e sobretudo o desemprego jovem - Rui Moreira afirmou que muito do trabalho a fazer depende da sociedade residente. A verdadeira cidade, mais do que as suas estruturas materiais, são as pessoas - o património humano - e os portuenses têm potencial para reinventar a realidade, transformar o quotidiano da cidade e construir uma rede solidária.






Para garantir a cidade a todos os cidadãos residentes e assegurar que todos têm uma oportunidade é fundamental “trabalhar junto das instituições que estão junto das pessoas” e que tão bem conhecem o terreno.

Mudando os hábitos de cidadania, contando com cidadãos generosos e otimistas, é possível fazer do Porto uma “cidade confortável, atraente e interessante”, segura para os mais velhos e atrativa para os mais novos.

O presidente da Câmara terminava a sua intervenção dizendo que, para tornar a Cidade num “Porto de esperança”, todos os cidadãos são chamados a “transformar a sua terra numa terra arada”, onde uns são chamados a fazer a sementeira e outros a fazer a colheita, trabalhando todos em prol do bem comum.

No segundo momento do encontro, como previsto, os presentes tiveram a oportunidade de colocar questões ao presidente da Câmara Municipal. As intervenções versaram sobre problemas da Cidade e preocupações dos cidadãos residentes, como a política da habitação social e o direito à propriedade; os obstáculos à mobilidade na Cidade e a necessidade de garantir acessibilidades para
todos; o anseio de mais ética na atividade política; o papel fundamental da cidadania e da participação ativa da sociedade civil; a crise e as dificuldades que o associativismo vive atualmente; a estratégia e as medidas para contrariar a desertificação e combater os problemas socias mais graves, como a pobreza, o desemprego e a falta de esperança.

Falou-se ainda da história e importância da atual Obra Diocesana de Promoção Social, instituição que desenvolve no Porto um trabalho fundamental, precisamente ao nível da coesão social e da solidariedade.

A sessão foi encerrada pelo Padre José Lopes Baptista, Pároco da Antas, que agradecendo a disponibilidade e presença do presidente da Câmara Municipal, ofereceu também “a mão pequenina” da Igreja para ajudar a construir uma cidade mais das pessoas e mais para as pessoas.

A próxima Tertúlia é já no dia 18 de março (terça-feira), pelas 21h30, no auditório do Centro Social das Antas, com o Dr. Paulo Morais, para abordar o tema: “Corrupção: obstáculo ao desenvolvimento”.


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