Dia 1 de março, no auditório do Centro Social das Antas, D. Januário Torgal Ferreira conversou sobre os refugiados, cujo número ascendia, no início de 2015, a 60 milhões de pessoas (fonte www.acnur.org). Desmontando pensamentos de desconfiança infundada que devemos abandonar totalmente para podermos ajudar estes irmãos, lembrou que o Papa Francisco é o primeiro servidor do Mundo. É o maior problema da Europa e urge criar mecanismos objetivos e estruturas capazes para acolher com dignidade “esta gente que já sofreu tanto”. Em vários países onde chegam, sofrem com medidas injustas e comportamentos irresponsáveis ou abusivos, que permitem o desaparecimento de milhares destas pessoas, muitas delas conduzidas a situações de exploração e de sofrimento inaceitáveis. A primeira prova de um bom acolhimento é ensiná-los a falar a nossa língua, para que exista verdadeira integração. “Já que [o outro] está sozinho em tudo, ao menos que não esteja sozinho na comunicação”. Atualmente, há fronteiras fechadas mas Portugal trabalha seriamente na relação com a Grécia para vir a acolher diretamente os refugiados, mas não à margem da Europa. No debate aberto à comunidade, foi referido que o Porto recebeu sírios na sua Universidade, que tiveram apoio para aprenderem Português, integraram-se e o processo decorreu com normalidade. D. Januário referiu o enorme trabalho que os militares portugueses têm feito e, entre os presentes, recordouse que, em situações anteriores, como na guerra da Bósnia, as portas de Portugal abriram-se e houve mais facilidade no acolhimento de pessoas, incluindo crianças. Não podemos perder a cultura de solidariedade, de partilha, de fraternidade. Essa é a que temos de transmitir aos nossos jovens. E a comunidade assumiu palavras que apelam à esperança e à misericórdia: “Somos capazes de construir respostas, como povo que está habituado a ser solidário.”
Sérgio Silva
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